No hemisfério boreal, sonhamos com a primavera durante o longo e frio inverno,
enbalados pela persistente e alentadora esperança. Visionamo-nos ao ar livre e
puro, num dia brilhante e colorido, redopiando de braços abertos em profundo e
emocionante contentamento, com o sol a beijar-nos a pele bem carente.
Escrevi-lhe um longo poema, esmerei-me para que ficasse adorável e tocante: a
minha primeira ode! Porém perdi o entusiasmo de publicá-la, nem tem graça
neste tempo sombrio. Teremos que esperar por dias mais auspiciosos.
As cidades parecem desertas, a única vantagem é a redução da emissão de CO2.
É tempo de recolhimento, de reflexão e meditação, quiçá de contemplação, mas
é também tempo que exige mentes lúcidas. corajosas e humanitárias.
Encerro assim o Refúgio dos Poetas por uns tempos, desejando que a quarentena
seja o mais breve e leve possível e que voltem os dias vibrantes e inspirados.
Majo Dutra
Majo Dutra