~~ UM DUETO PERFEITO ~~

 

   * Em duas versões *     

~~ I ~~

Foi seu canto afinado e cristalino,
que os encantou e os ligou em elo propenso
a uma harmonia plena, a um só destino,
duo sincronizado, ou leve ou denso.

*

De dia palpitava o viço campino
ao qual se uniam de modo intenso.
À noite, comovia-os o argentino
cosmo silencioso e o espaço imenso.

*

Ocasos matizados e esplendor
são celebrados no alto da colina.
Sorri a lua, aves bailam em redor,

*

doce canto, emoção, enlace tocante!
Breve cintilará diamantina
sua noite estrelada, deslumbrante.

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MajoDutra

~~ II ~~

Suas vozes combinam
como celo e violino.
Por afinidade têm
um modo assaz particular
de vivenciar a natureza.
Amam subir a colina vizinha
e unirem-se aos elementos.

*

No prelúdio do crepúsculo
a abóbada matizada envolve-os,
ele toca, ambos cantam
em terna harmonia angelical.
A lua sorri-lhes, as aves bailam.
Lentamente do dia
se faz uma noite estrelada.

*

Depois de comoção silenciosa
o canto retorna,
diferente: mais solene,
mais sentido, dulcíssimo.
É então que se sentem
parte integrante
do universo.

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 MajoDutra

~~ VOLÚPIA ~~

* * * * * * * * * * * * * 

Ali, o rio faz uma angra pequena,   

Por lá, posso banhar-me só, serena.

*

Ali, há o parque, o sol e a natureza, 

Das suas puras águas sou a viveza.

*

Ali, há água clara que me fascina,

E, sim, banho-me tal ninfa divina!

* 

Ali, apraz-me o murmúrio do fluir

Do rio e o seu sensual mimo sentir.

*

Ali, pousei na água as alvas rosas, 

Perfeitas, muito belas e olorosas.

*

Ali, profunda paz, frescor, volúpia,  

Longe há ruído, o mundo rodopia. 

*

Ali, deleito-me, nado ou deslizo,

Assim, todo o meu ser revitalizo.

*

Ali, gozo da paz primordial,

Equilibro-me e afasto todo o mal. 

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        MajoDutra