Houve um tempo, amiga,
que ríamos por tudo e por nada.
O que nos ríamos e como nos ríamos!
Quanta saudade!
Andávamos sempre juntas:
tu, a loura; eu, a castanha.
Era um riso puro, feliz,
completo, cristalino.
Que bons tempos!
Era um riso fácil,
sem nuvens, nem sombras.
Os idosos julgavam-nos patetas.
Os rapazes olhavam desconfiados.
Oh! Quanta saudade!
Ríamos do bizarro, do divertido,
sem troça, por pura graça!
Amiga, quando deixámos de rir?!
Que bons tempos!
Na atualidade, de risos raros, difíceis,
como é agradável recordar
a nossa doce e jovial adolescência!
Amiga...
Quanta saudade!
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MajoDutra
Pintura de Vladimir Volegov